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Pasárgada ou Cocanha?
Agora é fato: o aquecimento global chegou para ficar e estamos conseguindo dar um fim à vida como conhecemos. No último mês tivemos furacão no Rio Grande do Sul, tempestade na Líbia, secas, calor recorde em pleno inverno.
Muita gente já está morrendo. Levada pela água, soterrada, de calor (acho que foram uns 60 mil só na Europa no último ano), de pandemias (lembra COVID?). E também de ansiedade, de fome, de medo. Enquanto isso os empresários estão preocupados em ter mais poder para explorar os funcionários.
Você é bilionário e tem um bunker muito exclusivo para se proteger? Ter um salário de 50 mil não é o suficiente. Uma cobertura na Lagoa, um carrão ou viajar de primeira classe também não. Tem que ser bilionário filho da puta mesmo, daqueles que decidem se é mais importante envenenar um país inteiro com agrotóxico ou arriscar a vida no fundo do mar dentro de uma lata.
Não é você? Então você vai ter que lidar com as merdas.
Tem saída?
Uma galera tenta negar o inegável com o ar-condicionado a toda, invoca uma nostalgia tacanha. Não sou muito da nostalgia que idealiza o passado, porque bem, as pessoas nem tinham água encanada ou eletricidade. Não existia remédio para dor e quem descobria algum, se fosse mulher, poderia ser morta na fogueira acusada de bruxaria. Se hoje o mundo é machista, imagine no passado. Mas desde que o poema foi escrito por Manuel Bandeira…
