Entre aniversário e fim de ano

Fazer uma lista de objetivos e entender o que mudou. Ou não.

Gabi
3 min readDec 17, 2024

Faltando um mês para meu aniversário comecei a escrever um texto, um diário, que seria uma contagem regressiva. Falhei miseravelmente. Desencanei da coisa porque, para variar, assumi mais compromissos do que deveria.

Mas quero muito ter objetivos para o próximo ano. A coisa de me deixar a vida me levar não tem dado muito certo. Minha saúde tá capenga, minha carreira tá ao léu. Sem contar que eu percebi que não preciso ser legal o tempo todo e cansei de ser a pessoa que sempre está disponível. É hora de colocar limites.

Colocar limites é difícil. As pessoas reagem e tentam fazer você se sentir mal. Acho que é particularmente difícil em amizades. Mas é aquilo: já tenho 44 anos e em algum momento eu preciso aprender. Acho que já passou da hora, minha saúde mental tem que ser minha prioridade.

Quando falo minha saúde mental, deveria falar minha saúde. Afinal, na instabilidade psicológica eu me desorganizo toda. Como mal, deixo de fazer exercícios e fico doente. Sempre.

Aos 44 anos uma gripe forte é mais forte. As costas já doem com mais frequência e coisas como açúcar e gordura fazem estragos maiores. Sou obrigada a assumir que não sou mais uma jovenzinha, por mais difícil que seja. Sim, preciso dos limites.

Não acho que vou conseguir fazer uma mudança radical. Mas os objetivos são mais uma sinalização do que uma obrigação. É para me lembrar de deixar de fazer o que me adoece ou entristece — que no fim são as mesmas coisas.

6 objetivos e contando

  1. Bons indicadores de saúde. Glicemia, colesterol, pressão alta. Por muito tempo negligenciei esses indicadores porque precisava colocar minha cabeça pra funcionar direito. Acontece que com eles bagunçados, não tem saúde mental. Com todos os quilos que acumulei nesses anos de tratamento psicológico errado, não tem saúde mental. Sim, eu sei que uma mulher falando que precisa emagrecer vai pro lado da vaidade e tal. Esse julgamento, entre tantos outros que a gente sofre, tornam tudo mais difícil.
  2. Portfólio decente. Desde que entendi porque meu portfólio não tá me ajudando, tô tentando arrumar ele, mas não consegui ainda. Parte porque não acho que meus trabalhos são incríveis, parte por limitação técnica. Tenho que me dedicar mais a isso.
  3. Salário compatível. Aceitei um trabalho que paga as contas, mas não contribui muito pro desenvolvimento da minha carreira. Antes de qualquer coisa preciso arrumar o portfólio, mas depois preciso ir atrás do reconhecimento profissional.
  4. Dançar. Sinto falta e acho que me ajudaria em várias coisas. Nesse ano a dança foi tema na terapia por diferentes motivos. Acho que a dança ajudaria a expressar sentimentos, emoções e até a colocar as ideias no lugar. Preciso testar.
  5. Decorar a casa. De um modo geral eu sempre me senti vivendo na casa dos outros. Dos meus pais, do meu marido(e nem é culpa dele, eu que sempre evitei decidir). Acho que a falta de dinheiro tem uma forte influência nisso, mas não precisava. Agora quero que a minha casa tenha mais o meu jeito — seja lá o que isso signifique. Plantas? Quadros? Cortinas? Vou precisar descobrir.
  6. Vestir o que eu realmente gosto. Estar acima do peso me leva a ser um tanto desleixada comigo. Usar qualquer coisa chega a ser uma forma de me punir por estar gorda, e isso faz eu me sentir ainda pior. Não dá para eu esperar emagrecer para me vestir bem e a questão não é falta de roupa, é falta de autoestima. Preciso trabalhar isso.

E os limites?

Você pode estar se perguntando por que não tem um item específico para eles. A resposta é que essa é uma meta para agora. Vou ter que fazer isso antes da virada do ano.

Além disso, cada item traz um pouco sobre colocar meus limites, tanto para as outras pessoas quanto para mim mesma. É isso. Ou não. Vamos descobrir.

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A gente escreve o que não entende para entender o que não se escreve.

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