Do que são feitas as lágrimas que não choramos.
Todas as vezes que seguro para não chorar, porque não é o momento, não é o lugar ou não é adequado, uma parte de mim fica me questionando sobre a razão de tudo isso. Podem ser várias coisas, sei. Pode ser até verniz social, e confesso que me falta um tanto desse. Vergonha de chorar andando na rua? Não tenho. De chorar no ônibus lotado? Nunca tive. Acho que não tenho vergonha de desconhecidos, porque assim, pouco me importa o que eles pensam.
Mas dos conhecidos… Não quero deixar que as pessoas próximas vejam as lágrimas e tenham que lidar com isso. E aí elas se transformam em alguma coisa indefinível que estou tentando tratar. Elas cortam, corroem ou simplesmente deixam de cauterizar.
Mover-se como água
Acho incrível citarem Bruce Lee e a coisa de fluir como água para falar de força física e artes marciais, mas não permitirem o fluir do choro. Consideram que chorar é um movimento que precisa ser detido a todo custo, como se fosse fácil segurar uma tempestade. Não é. Nem as que vêm do céu, nem as que nascem no peito. Ou seria no córtex pré-frontal.
Não sei! Queria que me falassem o que é certo e o que é errado, para que eu conseguisse entender tudo com maior facilidade. Mas não é assim que funciona.