A vida vem em ondas

Gabi
2 min readFeb 28, 2024

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Às vezes me pergunto como assim eu não sou uma pessoa musical? Veja bem, quando eu faço reflexões sobre a vida, principalmente sobre a minha vida, é bem comum que eu use trechos de música para pensar o que está acontecendo.

Mas a verdade é que eu não entendo muito de movimentos musicais, o mais perto que cheguei de aprender a tocar um instrumento foi participar da fanfarra da escola tocando prato, não guardo nomes de músicas, bandas e álbuns. Alguns sons me emocionam, algumas letras ficam marcadas.

Dito isso, sinto que faz todo sentido dizer que a vida vem em ondas como o mar. Mas não aquele mar tranquilo, num tom entre azul e verde que beija a areia fina com suas espumas num dia ensolarado, eventualmente apagando algumas pegadas. Penso na vida vinda em ondas cinzentas, vigorosas e brutas, que derrubam quem está no mar e chegam numa velocidade tal que deixam a gente apenas pensar que vai conseguir sair, para enfim elas baterem com força e barulho, puxando para o fundo d’água outra vez.

É, acho que o Lulu Santos estava pensando mais na primeira imagem.

Minha mãe diz que eu sempre busco a forma mais difícil de resolver as coisas. Não concordo. Eu busco formas diferentes quando as habituais não me bastam. Porque o habitual não dá conta de responder minhas dúvidas.

Ou talvez porque eu gosto de pensar em coisas diferentes. Sei lá.

Falando em ondas, eu lembro que sinto falta do mar. Não da cultura de praia, do mar. Do cheiro, da falta de peso que é estar lá dentro, do cansaço depois de passar um dia mergulhando. A sensação de que tudo vai ficar bem. Também gosto da coisa toda da praia, não vou mentir. Cerveja, caipirinha, camarão. Mas é a sensação de estar no mar que faz falta, porque todo o resto é mais uma questão de estar com amigos e por mais que eu insista em ser chata, eles resistem (obrigada).

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A gente escreve o que não entende para entender o que não se escreve.

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